Porto vai ter um novo festival literário com escritores de renome
Salman Rushdie, Olga Tokarczuk e Margaret Atwood são alguns dos escritores confirmados para estar no Babell - Cidade-Livro, anunciou Rui Couceiro, comissário do festival.
O comissário do Babell - Cidade - Livro, o novo festival literário do Porto que vai acontecer entre 24 e 30 de junho, anunciou esta quarta-feira que está a trabalhar para que haja um passe gratuito para os festivaleiros circularem.
"Estamos a trabalhar numa solução conjunta, que eu espero que venha a efetivar-se, para que quem for a uma livraria desta cidade possa não só no momento em que compra um livro ter direito a um bilhete para participar em Babell, mas ter também um passe, um Andante, para aquela semana que permita circular gratuitamente, viajar gratuitamente nos transportes públicos da cidade", anunciou esta quarta-feira Rui Couceiro, na apresentação pública do Babel.
O Babell arranca dia 24 de junho, feriado municipal do Porto, no Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos/Porto), no jardim público que será apadrinhado pelo filósofo germano coreano Byung-Chul Han.
Segundo Rui Couceiro, a intenção de haver um passe gratuito é criar um "plano de incentivo à mobilidade através dos transportes públicos, mas é também, e sobretudo, um plano de incentivo à leitura, à criação de hábitos de leitura e consumos culturais", declarou, referindo que este anúncio estava a ser feito porque estavam presentes representantes na cerimónia da administração da Metro do Porto, da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), e a administração dos Transportes Metropolitanos do Porto.
Questionado pela Lusa sobre mais detalhes sobre um passe gratuito e sobre se a Câmara do Porto também estava envolvida, Rui Couceiro respondeu que há "um princípio de entendimento".
"No que diz respeito ao plano de mobilidade ele ainda não está a ser trabalhador com o município, mas está a ser trabalhado com os operadores, tanto com os Transportes Metropolitanos do Porto, com a Metro do Porto e com a STCP, mais tarde também com a CP (Caminhos de Ferro) e, portanto ainda não há uma definição absoluta em relação ao funcionamento disto".
Rui Couceiro acredita que Babel vai ajudar a "sonhar o Porto enquanto cidade livro. Uma cidade em que o livro impere", pois o Porto é uma cidade literária há séculos.
O comissário do festival literário referiu que o evento vai ter uma programação própria para crianças, bem como vai ter um colóquio sobre educação e sobre literatura com "aulas de história do Porto, aulas da história popular do Porto, aulas da história da poesia do Porto, aulas da história da literatura do Porto, aulas da história da gastronomia do Porto, entre outras.
O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, que esteve presente na cerimónia de apresentação do Babell, assumiu estar "ansioso" e "entusiasmado" para que rapidamente o Porto passe à "concretização" desse sonho que "começa a ganhar vida em cada dia que passa".
Como "desabafo emocional", o autarca agradeceu em nome da cidade a gratidão por ter Babell alavancado pela Livraria Lello no Porto. "Acho que a cidade tem de agradecer a quem teve a ousadia de pensar em algo desta natureza (…) e poder contar com a predisposição de haver um conjunto de protagonistas, de portuenses, que estão a entregar à cidade com grande generosidade um conjunto de ativos culturais de forma muito variada que de facto é de grande valor".
Pedro Duarte acredita que o festival vai ter um "impacto gigantesco", pelo que vai representar nos espaços públicos, mas também pelo que significa na "promoção de novos públicos e intensificação de públicos existentes" e pelo que pode representar do ponto de vista da centralidade cultural" que a autarquia quer que exista na cidade.
"Para nós é muito claro que a cultura é o pilar estruturante de um projeto de cidade. É aqui que assenta tudo o resto" e este projeto Babel reforça esta "centralidade cultural que queremos que a cidade abrace de forma intensa", concluiu.